144.000 Literal ou Simbólico?
Este estudo não é um pensamento completo e infalível no que diz respeito
aos 144 mil, mas é apenas um material resumido com abordagem superficial para
apenas facilitar a compreensão e principalmente para levar ao leitor um esboço
a mais, facilitando suas pesquisas. Por demais peço que possam esquadrinhar não
apenas o que aqui está elaborado, mas suas fontes e materiais auxiliares. Caso
venha a existir a necessidade de um material mais profundo e completo,
consultar o livro: “A sacudidura e os 144 mil” de Brizolar Jardim.
 Introdução
 Quem são os 144 mil? De onde eles
virão? São eles a grande multidão?
Ou são apenas uma pequena parte de uma multidão incontável?
Perguntas estas que às vezes causam muitas dores de cabeça. Hoje temos
explicações para todos os gostos, mas nós Adventistas não podemos aderir a
formas de interpretações peculiares onde o “eu acho”  se expõe como palavra infalível e decisiva.
Há uma verdade, e ela está diante de nossos olhos. O que em realidade falta
para compreendê-la é um pouco de renúncia a nossa própria lógica e sabedoria.
Nós Adventistas precisamos nos manter firme a única regra de interpretação,
onde a escritura interpreta a si mesma (II Pe 1:20; Is 28:10; I Co 4:6).
Alguns se isolam deste assunto afirmando que não há luz suficiente para
compreendê-lo. Esses se apóiam na declaração de Ellen White encontrada no livro
Mensagens Escolhidas Vol. I, Pág. 174. “Não é a vontade de Deus que seu povo se
meta em discussões acerca de questões que os não ajudam espiritualmente, tais
como: Que pessoas vão constituir os cento e quarenta e quatro mil? Isto,
aqueles que forem os eleitos de Deus hão de em breve saber.”.
Note que o texto não pede que venhamos a nos isolar do assunto, mas pede
que venhamos nos abster de discussões, tanto que em 1978 a lição da escola
sabatina do III trimestre página 151, incentiva o leitor a examinar com
humildade o assunto.
Hoje a Igreja Adventista toma como posição o simbolismo do assunto, e é
o que estaremos reforçando neste estudo. No entanto nos tempos dos pioneiros de
nossa Igreja, o pensamento partia mais para o literalismo. Alguns explicam que
hoje podemos ter uma compreensão melhor do assunto, por termos mais luz do que
eles tiveram no passado, pois Ellen White ainda teria outras séries de visões
que ajudariam os novos pesquisadores no futuro.
O que pensavam os pioneiros?
Urias Smith e o movimento da reforma acreditavam que os 144 mil seriam
os salvos desde 1844.
Nesta tese podemos encontrar pelo menos dois problemas.
·         1º - Época do
assinalamento
·         2º - Alto Clamor
Pois os 144 mil estão ligados a grande tribulação final que culmina com
a volta de Cristo.       
Já Daniells em 1901 a 1922 afirmou que seria um grupo especial
selecionado dos justos vivos.
Nesta tese podemos também encontrar dois problemas.
·         1º - Como, quando, por
que serão eles selecionados?
·      2º - Como, se existirão
apenas 2 grupos? Os que têm o selo de Deus e os que têm o sinal da besta (Ap
15:2; Grande Conflito, p. 450). Não haverá nenhum justo vivo que não tenha o
selo de Deus, por isso não poderá haver dois grupos de selados.
Amadurecendo a questão
                  A sacudidura
produzirá dois resultados
·         1º - Muitos sinceros
adventistas poderão ser martirizados antes do fechamento da porta da graça (Ap
6:11; Mensagens Escolhidas Vol. III, pág. 420), enquanto que outros abandonam
as fileiras (Mt 24, 25; I Testemunhos para a Igreja Vol. 4; Grande Conflito, p.
608; Vidas e Ensinos, p. 189).
·         2º - Muitos afastados
voltam para o aprisco (Mt 10:6,7), enquanto que outros sinceros de corporações
que constituem babilônia se convertem (Mt 20; Grande Conflito, p. 383).
Portanto fica difícil considerar que os 144 mil sejam um grupo pequeno
baseado no literalismo.
Muitos Adventistas se afastarão, mas seus “... lugares vagos serão
preenchidos” (Carta 103; Eventos Finais, p. 157).
Diferenças?
            Alguns tentam explicar
que existem dois grupos distintos por haver diferenças entre a grande multidão
do capítulo 7 e os 144 mil do capítulo 14. Veja:
·         Cap. 7 – Grande
Multidão: Trajam vestidos brancos, tem palmas nas mãos e vem da grande
tribulação.
·         Cap.14 – 144 mil:
Estavam no monte Sião, somente eles cantam o cântico de Moisés e do Cordeiro.
Nem sempre as diferenças destroem a unidade. Como entender esta aparente
contradição de Ellen White, onde ela inverte algumas diferenças da grande
multidão e dos 144 mil?
·         144 mil – Grande tribulação,
vestiduras brancas, cantavam o cântico de Moisés e do Cordeiro e receberam
palmas e harpas nas mãos (Grande Conflito, p. 648, 649,646; Testemunhos para a
Igreja Vol. I, Pág. 61).
·         Grande Multidão – Grande
tribulação, vestiduras brancas, cantavam o cântico de Moisés e do Cordeiro e
com palmas e harpas nas mãos (Grande Conflito, p.648, 649,646; Testemunhos para
a Igreja Vol. I Pág. 61; Ap 7).
Por que essa aparente contradição? Por que apesar de ela não dizer
claramente, usa os termos no mesmo sentido. Portanto, não se contradiz e nem
faz confusão! Se não é falta de convicção, é porque não gostamos de ser
impositivos. Se os 144 mil e a Grande Multidão são uma só coisa, temos um
argumento a mais para saber que o número é real ou simbólico.
Há quem veja nestes textos acima citados duas classes em dois lugares
diferentes. Mas será? Nesse caso teríamos a multidão no mar cristalino e os 144
mil no monte Sião. Podem os lugares ser diferentes? Não. Mar de vidro e monte
Sião são o mesmo lugar (Testemunhos Seletos, Vol. II – Pág. 351), com isso os
grupos de pessoas também não são. A multidão saiu vitoriosa da besta, da sua
imagem, do seu sinal e do número do seu nome, e esses vitoriosos não são outros
que não os 144 mil! Nessa época haverá somente duas classes – Os fiéis selados
com o selo de Deus e os infiéis, selados com o sinal da besta:
“No desfecho desta controvérsia, toda a cristandade estará dividida em
duas grandes classes – os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e
os que adoram a besta e a sua imagem e recebem o seu sinal”(Grande Conflito, p.
450).
Uma pergunta exigia resposta e essa resposta esclareceu-nos o assunto:
Praticamente quase tudo no Apocalipse e especialmente o selamento, é simbólico,
então, por que esse número não o poderia ser? Alguns se apóiam num devido
quadrado perfeito descrito no (Grande Conflito, p. 645), mas não há apoio
contextual revelado para se tomar apenas esta única expressão, quadrado
perfeito, como principio primordial para invalidar todas as dezenas de
evidências escriturísticas.
Não é só nesta coluna que se sustenta a estrutura intelectual para
pensarmos que 144 mil seja um número simbólico. Há outras três evidências:
·         1º - Textos do Espírito
de Profecia que falam de grandes messes nos últimos dias;
·       2º - Se os 144 mil e a
Grande Multidão forem a mesma coisa – então o número não poderá ser real, mas
simbólico; assim como os demais símbolos;
·       3º - A numerologia, a
maneira como ele está escrito no grego indica simbolismo, sendo grafado em duas
frações separadas – 144 mil (romi delta kiliades) – sendo a primeira em
algarismos e a segunda em palavras. Há quem rebata o argumento dizendo que isso
se deve ao fato de a língua grega não ter o algarismo zero. O que é verdade.
Mas não podemos esquecer de que muitos outros números aparecem na bíblia. E
como são eles escritos em grego? Simplesmente em palavras. Assim, 144 mil
poderia tê-lo sido também. Mas não o foi! E por quê? Isto pode sugerir o número
como simbólico.
Há três números na bíblia que são símbolos da perfeição:
·         1º - O sete - perfeição
do caráter;
·         2º - O dez - perfeição
da medida;
·         3º - O doze - perfeição
do governo.
144 é o quadrado de (12), e mil é o cubo de (10), mais o selo de Deus
(7).
Um povo com a medida de um governo perfeito. Se referindo aos que
passarão pela angústia final de Jacó e os únicos que viverão uma experiência
diferenciada. Também representa o grupo que não verão a morte. Todos estes eventos
os tornam especiais e singular.
Existem os que, para dar uma conclusão de literalismo, associação este
número com outro números literais encontrados no livro de Daniel. Por exemplo:
Quando no capítulo 7 de Daniel é feito a menção dos 10 chifres, 10 é literal e
apenas suas características é que são simbólicas. Se tivermos como base esta
analogia, facilmente identificaríamos os 144 mil como literal, pois 144 mil
seria a parte literal, e suas características seriam simbólicas. Mas temos que
ter em mente que: Primeiro – temos revelação suficiente e completa, sem
restrição alguma para entender que os 10 chifres são literais e suas
características simbólicas. No entanto, o mesmo não temos a respeito dos 144
mil. Segundo: Nem todo número que aparece na Bíblia deve ser interpretado desta
forma, pois na parábola das dez virgens (Mt 25), jamais poderíamos dizer que 5
prudentes mais 5 loucas seriam literais enquanto que suas características
seriam simbólicas. Tudo ali é simbólico. Uma interpretação literal destes
números, assim como é feito em Daniel seria um tanto estranha e próximo do
ridículo. Portanto, existe muito mais evidência do simbolismo dos 144 mil do
que o literalismo.
144 mil virão de Israel ou de todas as nações, tribos, povos e línguas?
         De acordo com a grande
cadeia profética de Daniel cap. 8 e 9, o Israel natural ou carnal (I Co 10:18 e
Rm 9:8 ), deixou de ser o povo de Deus a partir do ano 34 dc. Israel significa
“o vencedor” e todo aquele que vence o pecado é um filho de Deus, membro da
grande família celeste e o povo peculiar do Senhor. É neste conceito que Paulo
se estriba ao afirmar: “Porque não é Judeu quem o é apenas exteriormente, nem é
circuncisão a que é somente na carne. Porém Judeu é aquele que o é
interiormente e circuncisão a que é do coração... E não pensemos que a palavra
de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são de fato Israelita”. (Rm
2:28,29; 9:6 ). Então quem são os verdadeiros Israelitas? Muito simples! O
mesmo Apóstolo responde: “Sabeis, pois, que os da fé é que são filhos de
Abraão. (...) E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão, e
herdeiros conforme a promessa”. (Gl 3:7,29 ).
            Os textos pinçados do
pensamento paulino, que também é o pensamento Divino, nos mostram claramente que
há dois Israelitas – O carnal e o espiritual. Se o carnal foi rejeitado no ano
34, o Apocalipse não pode estar tratando dele ao falar dos selados dos últimos
dias. Resta-nos saber agora, porque doze mil de cada tribo? Tudo ali é
alegórico e essas tribos traduzem um simbolismo especial e uma experiência
peculiar. Uma leitura atenta de Apocalipse 7 nos convencerá de que nem todas as
tribos de Israel foram ali mencionadas. Dã e Efraim ficaram de fora, enquanto
Levi e José foram incluídos. Havia em Israel 14 nomes e 13 tribos – Rubem,
Judá, Gade, Aser, Naftali, Simeão, Issacar, Zebulom, Benjamim, Dã, Levi, José,
Manassés e Efraim. Os três últimos nomes representam uma só tribo a qual fora
dividida, ficando, assim, em treze o total das tribos, mas como a de Levi fora
escolhida para o sacerdócio, geralmente não era contada entre as demais. Daí
essa alternância que continuamente nos deparamos nas relações das tribos
apresentadas na bíblia. Sempre ficam de fora da listagem dois nomes e uma
tribo. 
Mas há outra razão para Dã e Efraim ficarem de fora na contagem dos
selados – Dã significa juízo e representa aqueles que vivem criticando os
outros, julgando seus erros, muitas vezes caluniando-os e levando-os a queda. 
(Gênesis 49:16,17): Efraim significa fecundidade dupla, representa
aqueles que estão unidos ao mundo e a igreja ao mesmo tempo e isto resultará em
ruína eterna para eles.
(Oséias 13:12; 4:17; 7:8; 12:14 ): Tudo é simbólico. Cada nome desses
encerra dentro de si um simbolismo inimaginável; cada filho de Jacó e cada
tribo de Israel tiveram sua experiência própria que bem representa a
experiência dos filhos de Deus nos últimos dias. Em um rasgo de imaginação e em
uma profundidade de raciocínio, poderíamos, usando os nomes na ordem em que
aparecem em Apocalipse 7, montar uma frase que bem representa o plano de Deus
para Seus filhos desta hora apocalíptica:
·         Louvor (Judá)
·         De um filho (Rubem
·         De um grupo de filhos
(Gade)
·         Redimidos e ditosos
(Aser)
·         Que lutam (Naftali)
·         Em oração para
esquecimento (Manasses
·         Próprio e do passado,
tendo ouvido (Simeão)
·         A palavra de Deus,
ficando ligado (Levi
·         Com Deus, como servo
(Issacar)
·         Para habitação (Zebulom)
·         Em espírito, tendo
acrescentado (José)
·        Júbilo e bençãos
especiais provindas do filho da mão direita de Deus (Benjamim)
Aqui estão os significados de cada tribo representados pelo povo de
Israel Espiritual dos últimos dias. Distintos para formar o grupo dos 144 mil
ou Grande Multidão, cada um com suas respectivas experiências (Ver: A
Sacudidura e os Centro e Quarenta e Quatro mil de Brizolar Jardim).
Considerações finais
            Como visto, há muita
evidência que claramente apresenta o grupo como simbólico. No entanto,
incentivo o leitor a pesquisar mais profundamente este tema e se prender
especificamente ao fato da necessidade de nos prepararmos para fazer parte
deste grupo. Pode ser que muito de nós não venhamos fazer parte, por descermos
a sepultura antes do tempo. No entanto, mesmo assim, devemos nos preparar para
tal evento. Este material pode servir de auxilio para outras pesquisas mais
profundas. Mas independente das conclusões que se pode extrair o mais
importante é como fazer parte desse grupo que receberá honras especiais no
Reino de Deus. Seja para você simbólico ou literal, o mais importante é
estarmos preparados para este grande evento que reunirá os eleitos em um grupo
que representará o caráter de Deus diante de um mundo com a moral corrompida.
Que Deus nos abençoe e nos guarde diante de tanta corrupção, e o ajude na
compreensão de suas verdades.
 
 
 
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